METILFENIDATO E LOBOTOMIA
uma análise comparada de psicocirurgia e uso de psicotrópicos como instrumento de controle social
DOI:
https://doi.org/10.30681/reps.v16i1.13401Palavras-chave:
TDAH, Lobotomia, Medicalização, EducaçãoResumo
Este estudo discute as semelhanças históricas entre os tratamentos contemporâneos para o transtorno do défict de atenção e hiperatividade e a lobotomia do século XX. Foi realizada pesquisa bibliográfica narrativa em bases de dados eletrônicas com o objetivo de analisar a relação entre o controle social da lobotomia e do tratamento para o distúrbio da desatenção. Os resultados mostraram que a lobotomia foi amplamente utilizada, especialmente nas mulheres, como forma de restaurar os papéis sociais tradicionais. Já no caso do uso das anfetaminas para a desatenção, é considerado como forma de normatizar comportamentos e sua utilização aumentou significativamente após o fenômeno da medicalização da educação. Ambos os tratamentos ampliaram suas aplicações negligenciando os efeitos colaterais, sendo utilizados para controle social de comportamentos indesejados. A importância dessa pesquisa é decorrente da compreensão de como práticas médicas, em distintas épocas, podem ser instrumentalizadas como formas de controle social, ajustando comportamentos que desafiam as expectativas sociais e institucionais, particularmente no contexto educacional atual. Dessa forma, subsídios importantes são observados para que educadores e profissionais de saúde reflitam sobre as implicações éticas e sociais do diagnóstico e tratamento do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, para se proporcionar uma abordagem mais humanizada e menos medicalizada das singularidades comportamentais no ambiente escolar e na sociedade.
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