Uma perspectiva decolonial na formação de professores indígenas:
a realidade do estado de Mato Grosso do Sul
DOI:
https://doi.org/10.30681/reps.v13i3.6411Palavras-chave:
Formação de professores indígenas, Colonialidade, Decolonialidade, Estudos CulturaisResumo
Este texto versa sobre a formação de professores indígenas no estado de Mato Grosso do Sul, sendo este fruto da nossa tese de Doutorado do Programa de Pós Graduação da Universidade Católica Dom Bosco. Para a produção e análise dos dados, a metodologia foi estruturada a partir da concepção das pesquisas pós-críticas em educação. Fez-se a produção de dados por meio da revisão bibliográfica, de análises documentais. As análises pertinentes a questão dos direitos e as mudanças que se processam a partir da relação com uma educação formulada por não indígenas, foram abordadas, a partir de diferentes campos do saber, numa perspectiva decolonial, onde autores dos Estudos Culturais, em articulação com os Estudos Pós-Coloniais e Estudos da Modernidade/Colonialidade, deram sustentação teórica, a construção do referido texto. O objetivo foi buscar o entendimento quanto à implantação do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu, ofertado pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Os resultados apontam que, o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu da UFGD atendeu às exigências de uma formação específica e diferenciada dos professores indígenas das etnias Guarani e Kaiowá da Aldeia Amambai, egressos do referido curso, obedecendo à interculturalidade frente ao PPC (2006), porém com lacunas após a reformulação desse PPC.
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