Identidade, decolonialidade, interculturalidade e a construção de uma ideia de nação na história da educação brasileira
DOI:
https://doi.org/10.30681/reps.v13i3.6433Palavras-chave:
Decolonialidade, Educação, Identidade Nacional, InterculturalidadeResumo
O presente artigo tece uma reflexão sobre o processo de construção de uma “identidade” nacional por meio da educação, emprendida por duas gerações de intelectuais brasileiros (1920-1940). Diante da dificuldade de definição da ideia de nação, o esforço de intelectuais e políticos foi direcionado ao branqueamento da população e incorporação de discursos pré-estabelecidos sobre o “ser brasileiro”. Este projeto se mostrou incapaz de reconhecer a diversidade cultural forjada ao longo da história. Frente a estas constatações, a decolonialidade do saber e a interculturalidade tem contribuído com o reconhecimento histórico e crítico das identidades, saberes e valores constitutivos do povo brasileiro. Para tanto, assume-se a perspectiva metodológica histórico-hermenêutica a fim de ampliar os horizontes de compreensão acerca das concepções e práticas que, devido ao seu caráter hegemônico, acabam por reproduzir invisibilizações e subaltenidades de brasileiros pertencentes a grupos ou culturas periféricas. Neste sentido, consideramos que a educação precisa se converter em uma plataforma de recuperação da palavra, para que as pessoas possam agir autônoma e responsavelmente para gerar trans-formações, tanto de si, quanto do outro e dos contextos.
Downloads
Referências
BUFFON, G. L. L. de. De L’homme. l.ed. 1749. Paris: Maspero, 1971.
CASTRO-GÓMEZ, S. La Hybris del Punto Cero: ciencia, raza e ilustración en la Nueva Granada (1750-1816). 1 ed. Bogotá: Editorial Pontificia Universidad Javeriana, 2005.
DAROS, M. D; PEREIRA, E. Ap. T. A sociologia e o pensamento de Alceu amoroso Lima em um colégio católico de formação de professores em Santa Catarina. Revista Brás. Hist. Educ. Maringá – PR. V.15. p. 235-267, 2015.
FLEURI, R. M; COPPETE, M. C.; AZIBEIRO, N. E. Pesquisas Interculturais: Descolonizar o saber, o poder, o ser e o viver. In: OLIVEIRA, L. B. de.; et.al. (Orgs.) Culturas e Diversidade Religiosa na América Latina: pesquisas e perspectivas pedagógicas. São Leopoldo: Nova Harmonia& Blumenau: Edifurb, p. 30-46, 2009.
FLEURI, R. M. Educação intercultural: mediações necessárias. Rio de Janeiro: DP&a, 2003.
FORNET-BETANCOURT, R. Crítica intercultural de la filosofia latino americana. Madrid: Editorial Trotta, S/A, 2004.
GENIS, A. D. La construcción de la identidad en América Latina: Una aproximación hermenêutica. Montevideo: Editorial Nordan-cominidad, 2004.
GONZÁLEZ-PÉREZ, T.; GRAMIGNA, A. Hermenéutica de la educación y nuevas fronteras entre las diferencias. Educatio Siglo XXI, Vol. 32 nº 3, p. 159-180, 2014.
HEGEL, G. W. F. Fenomenologia do Espírito. Trad. Paulo Meneses. 9. ed. – Petrópolis/RJ: Vozes: Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2014.
HONNETH, A. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. Trad. Luiz Repa. São Paulo: Editora 34, 2009.
LUCA, T. R. A Revista do Brasil: Um diagnóstico para a (N)ação. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999.
MARÍN, J. Eurocentrismo, el racismo y interculturalidad en el contexto de la globalización. Revista de Educação Pública (UFMT) Cuiabá, p. 477-491, 2017.
MEMMI, A. Retrato del Colonizado. Trad. Carlos Rodríguez Sanz. Madrid: Edicusa, 1974.
MÉNDEZ, J. M. M. Educação Intercultural e Justiça Cultural. São Leopoldo: Nova Harmonia, 2009.
MICELI, S. Intelectuais e Classe dirigente no Brasil (1920-1945). Coleção Corpo e Alma do Brasil. São Paulo – Rio de Janeiro, p. 129-190, 1979.
OLIVEIRA VIANNA, F. J. Idealismo na evolução política do Império e da República. RBR, v.21, v.81, p.23, set. 1922.
PÈRCAUT, D. Os intelectuais e a política no Brasil – entre o povo e a nação. Série Temas. Ed. Átima. São Paulo, p. 14-96, 1990.
POZZER, A. (De)colonialidade do saber e pesquisa em educação no PPGE/UFSC: a atitude hermenêutica como percurso (auto)formativo. Tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação na UFSC. Florianópolis, 2020.
RICOEUR, P. Percurso do reconhecimento. Trad. Nicolás N. Campanário. São Paulo: Loyola, 2006.
SCHEIBE, L. DAROS, M. D. DANIEL, L. S. Santa Catarina e o Programa Nacional de Reconstrução Educacional de Anísio Teixeira: A colaboração dos intelectuais catarinenses. p. 75-95, 2006.
XAVIER, L N. Para além do campo educacional: um estudo sobre o manifesto dos pioneiros da educação nova, 1932.
WALSH, C. Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Tomo II. Serie Pensamiento Decolonial. Quito: Abya-Yala, 2017.
WALSH, C. Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Tomo I. Serie Pensamiento Decolonial. Quito: Abya-Yala, 2013.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Eventos Pedagógicos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O conteúdo deste periódico está licenciado sob CC BY-SA 4.0 (Atribuição-Compartilha-Igual 4.0 Internacional)[1]. Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam o conteúdo em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador e que o conteúdo modificado seja licenciado sob termos idênticos. A licença permite o uso comercial.
[1] Para ver uma cópia desta licença, visite: https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt_BR.