O sujeito surdo e as práticas inclusivas na umbanda e candomblé
DOI:
https://doi.org/10.30681/reps.v13i3.6445Palavras-chave:
Antropologia da Religião, Acessibilidade Linguística, Sujeito Surdo, Pesquisa Qualitativa, Teoria AntropológicaResumo
Este artigo é fruto da disciplina de Antropologia da Religião do Mestrado de Antropologia Social da UFMS. O estudo tem como finalidade apresentar um panorama sobre a acessibilidade linguística e as relações religiosas nas religiões de matriz africana no Brasil, a partir do olhar dos sujeitos surdos e tradutores intérpretes de Libras. A questão central é trazer a discussão como ocorre e se ocorre a acessibilidade e inclusão as pessoas surdas nas práticas religiosas de candomblé e umbanda, para isso, utilizamos a abordagem qualitativa, e por meio de formulários do google forms questionamos 11 sujeitos, 4 surdos e 6 ouvintes. A pesquisa foi realizada no ano de 2020 de forma remota devida à pandemia do COVID-19 e os sujeitos participantes da pesquisa residem na Bahia, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e o Distrito Federal. Podemos observar que a cosmovisão e as práticas religiosas se relacionam em diversos estados e os processos inclusivos nem sempre são os mesmos e somente ter alguém que saiba a língua dos sujeitos (o intérprete de Libras), nem sempre isso significa que a inclusão de fato ocorre.
Downloads
Referências
ASSIS SILVA, César Augusto. Entre a deficiência e a cultura: análise etnográfica de atividades missionárias com surdos (Tese). São Paulo: USP, 2011.
BRASIL. Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989. Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor e religião. Presidência da República - Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, 5 de janeiro de 1989.
______. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 abr. 2002.
Belém/PA. Vitória: UNIDA / Faculdade Unida de Vitória, 2018.
CASTRO, Y. P. Falares africanos na Bahia. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras – Topbooks, 2001.
CRUZ, Bruno Gerris Dos Santos. Tradução Comentada para Libras de “Etnografia de um Terreiro de Mina em São Luís do Maranhão. Diversidade Afrorreligiosa no Maranhão: matriz afro- O tambor de mina” de Gerson Lindoso. Universidade Federal De Santa Catarina Curso De Graduação Em Letras Libras – Bacharelado, São Luís/MA, 2018.
DENZIN, N. K. e LINCOLN, Y. S. A disciplina e a prática da pesquisa qualitativa. In:(orgs.). O Planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006.
DURKHEIM, Émille. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1983.
FERRETTI, Mundicarmo Maria Rocha. RELIGIÃO E SOCIEDADE: religiões de matriz africana no Brasil, um caso de polícia. III JORNADA INTERNACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS São Luís – MA, 2007.
GESSER, Audrei. LIBRAS? Que língua é essa?: crenças e preconceitos em torno da língua e da realidade surda. São Paulo: Parábola editorial, 2009.
GÓES, A. M.; CAMPOS, M. L. I. L. Aspectos da gramática da LIBRAS. In: LACERDA, C. B. F.; SANTOS, L.F. (Orgs.) Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à LIBRAS e educação de surdos. São Carlos: EDUFSCar, 2014.
GÓIS, Aurino José. As religiões de matrizes africanas: o Candomblé, seu espaço e sistema religioso. Horizonte, Belo Horizonte, v. 11, n. 29, p. 321-352, jan./mar. 2013.
JUNIOR, Sergio Mauricio de Oliveira; VIEIRA, Silvio Santiado; RIBEIRO, Jakson dos Santos. IDENTIDADE RELIGIOSA DO MÉDIUM SURDO NO TERREIRO DE MINA – JEJE NAGÔ HUEVY EM BELÉM – PARÁ. Revista Periferia, v.10, n.1, p. 100 – 119, Jan./Jun. 2018.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 19 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
MATTOS, C. L. G. A abordagem etnográfica na investigação científica. Campina Grande: EDUEPB, 2011.
MINAYO, M. C. S, org. Pesquisa Social. Petrópolis-RJ, Vozes, 1994.
PERLIN, Gladis. O lugar da cultura surda. In: LOPES, Maura Corcini; THOMA, Adriana da Silva (Org.). A invenção da surdez: cultura, alteridade, identidade e diferença no campo da educação. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004.
PRANDI, Reginaldo. Referências Sociais Das Religiões Afro-Brasileiras: Sincretismo, Branqueamento, Africanização. Universidade de São Paulo – Brasil. Revista Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 4, n. 8, p. 151-167, jun. 1998.
QUADROS, R. M. Educação de Surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
RAFFESTIN, Claude. Por uma Geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
RODRIGUES CAMPOS, Ronaldo Manassés. Ecos do Silêncio: culturas e trajetórias de surdos em Macapá. Fortaleza: UFC/PPGSOL, 2016.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. Revista Nacional de Reabilitação, São Paulo, ano 5, n. 24, p. 6-9, jan./fev. 2002.
SILVA, Wermerson Meira. Léxico trilíngue da cultura da nação Ketu/Nagô no Brasil: um olhar na educação básica do município de Itapetinga-Ba / Wermerson Meira Silva. Jacobina - BA. Universidade do Estado da Bahia, 2019.
SIQUEIRA, Sonia Aparecida de. Multiculturalismo e Religiões Afrobrasileiras: O Exemplo do Candomblé [Universidade de São Paulo / Universidade Federal da Paraíba. Revista de Estudos da Religião março, 2009.
STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. 4ª Ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2016, p. 29.
VIEIRA, Silvio Santiago. Panorama religioso-cultural para surdos em DIAS, Diego Jonatan Carvalho; SANTIAGO-VIEIRA, Silvio. Corpo Surdo Também recebe Orixá: um estudo de caso. In: Revista Alpha, v. 18, p. 27-40, ago/set. 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Eventos Pedagógicos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O conteúdo deste periódico está licenciado sob CC BY-SA 4.0 (Atribuição-Compartilha-Igual 4.0 Internacional)[1]. Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam o conteúdo em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador e que o conteúdo modificado seja licenciado sob termos idênticos. A licença permite o uso comercial.
[1] Para ver uma cópia desta licença, visite: https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt_BR.