A mediação de professores na aprendizagem da língua escrita de alunos com Síndrome de Down

Autores

  • Daiane Santil Costa

DOI:

https://doi.org/10.30681/reps.v7i2.9835

Resumo

Esta pesquisa de mestrado tem como objetivo compreender como se dá a mediação pedagógica na aprendizagem da língua escrita de alunos com Síndrome de Down em classes inclusivas. Por mediação pedagógica, neste trabalho, entende-se a intervenção planejada, intencional e sistematizada, a partir de objetivos e situações didáticas que colaboram para o crescimento e construção do conhecimento dos alunos que se realizam na atividade de ensino.  A apropriação da escrita pela criança significa um caminho de descobertas, pois imersa num mundo de coisas escritas tem a possibilidade de se desenvolver, enquanto sujeito, na sua relação com o meio e com os outros, como também, de participar de diversas atividades sociais postas numa cultura letrada. Assim, a metodologia utilizada para o desenvolvimento desta pesquisa se deu a partir de um Estudo de Caso, em uma escola particular de Ensino Fundamental I, de pequeno porte, situada na cidade de Salvador, Bahia. Foram realizadas observações de eventos da sala de aula e entrevistas com os professores envolvidos, num total de 30 observações: 15 com cada professora envolvida e mais um dia reservado para a entrevista. O trabalho de campo ocorreu entre os meses de fevereiro e julho de 2011. Os sujeitos participantes foram duas professoras de séries iniciais do ensino fundamental I (2º e 3º ano) e dois alunos, um menino e uma menina com Síndrome de Down em processo de aquisição inicial da escrita no contexto de uma sala de aula comum. Os resultados encontrados, a partir dos dados coletados na observação da prática pedagógica, na entrevista semiestruturada com as docentes envolvidas e na análise de documentos (atividades dirigidas aos alunos e plano de aula), evidenciaram que as intervenções pedagógicas, de forma direta e indireta, que professores realizam na aprendizagem da língua escrita da criança com Síndrome de Down, se baseiam na concepção de linguagem tradicional para alfabetizar. Além disso, notou-se uma frágil valorização e avaliação da escrita inicial da criança e um trabalho pedagógico, no campo da linguagem, que evidencia a necessidade de (re) definição, pois se mostrou pouco sistematizado e organizado para atender as demandas dos alunos em processo de inclusão escolar. Notou-se que a escola apresentou uma atuação pedagógica pouco estruturada, o que requer redefinições quanto à efetivação de um trabalho pedagógico planejado, considerando a diversidade presente na sala de aula. Numa perspectiva inclusiva, acredita-se que as condições reais de acesso e permanência das crianças com Síndrome de Down nas escolas requerem a identificação das particularidades desses sujeitos e uma pedagogia atenta às reais demandas e adaptações curriculares favoráveis aos processos de aprendizagem de todos os alunos.

Palavras-chave: Síndrome de Down; mediação do professor; aprendizagem da língua escrita; escola inclusiva.

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Biografia do Autor

  • Daiane Santil Costa
    Doutoranda em Educação pela Universidade Federal da Bahia. Mestre em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal da Bahia (2005), Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela UFBA (2007), Pós-graduação em Educação Especial e Inclusiva pela Universidade Gama Filho (2007). Membro dos Grupos de Estudo e Pesquisa em Educação Inclusiva e Necessidades Educacionais Especiais - GEINE/UFBA e em Aprendizagem, Desenvolvimento e Práticas Pedagógicas. Atualmente, é professora da Secretaria Municipal de Educação de Salvador. Tem experiência na área de educação e atua, principalmente, em temas ligados à: docência, aprendizagem, educação inclusiva, psicopedagogia institucional e clínica, produção de materiais pedagógicos, alfabetização, Atendimento Educacional Especializado.

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Publicado

17-06-2016

Como Citar

A mediação de professores na aprendizagem da língua escrita de alunos com Síndrome de Down. (2016). Eventos Pedagógicos, 7(2), 610-611. https://doi.org/10.30681/reps.v7i2.9835