Ciência e prática: ensino agrícola na educação presbiteriana em Minas Gerais (1908-1936)

Autores

  • José Normando Gonçalves Meira Universidade Estadual de Montes Claros

DOI:

https://doi.org/10.30681/reps.v8i1.9960

Resumo

Trata-se de pesquisa de cunho historiográfico que discute a educação presbiteriana em Minas Gerais, privilegiando a experiência de Lavras, no oeste do Estado, onde foi fundado em 1893, o Instituto Evangélico (que posteriormente, em homenagem ao seu fundador, passou a ser chamado Instituto Presbiteriano Gammon). No estudo dessa iniciativa protestante, de tradição calvinista, reformada, destaca-se a Escola Agrícola de Lavras, fundada em 1908, que ao lado do Ginásio, o colégio feminino Carlota Kemper, a Escola Comercial e cursos avulsos, compunham o Instituto Evangélico. O objetivo deste estudo é compreender as relações entre convicções religiosas e a "ação social", especificamente quanto à prática educacional e as suas implicações na construção da sociedade, no contexto do projeto educacional presbiteriano e do "americanismo". Foram utilizadas fontes documentais tais como prospectos da instituição, relatórios, publicações da própria instituição, fotografias, notícias de jornais da época, correspondências, dentre outras. Essas fontes foram encontradas, principalmente, no Arquivo Público Mineiro, no Museu Bi-Moreira, da Universidade Federal de Lavras e no Pró-memória Gammon, do Instituto Presbiteriano Gammon, em Lavras-MG. O estudo teve por recorte temporal o período compreendido entre os anos de 1908, ano de fundação da escola, e 1936, quando passou a

em 1963, deu origem à Universidade Federal de Lavras (UFLA). As análises tiveram por principal referência a sociologia da religião de Max Weber e a discussão empreendida por Mirian Jorge Warde e pesquisadores que analisam o "americanismo" instalado no imaginário social brasileiro a partir de meados do século XIX. Esta pesquisa permitiu compreender a relação entre os objetivos das missões protestantes e o discurso de modernização da agricultura no Brasil e, especificamente em Minas Gerais, por meio do saber científico. Possibilitou a análise de como o projeto civilizador presbiteriano inseriu-se no contexto das discussões pertinentes às primeiras décadas da República brasileira quanto à modernização do país e o papel da educação para que esses ideais fossem alcançados. O estudo preenche lacunas da historiografia da educação e amplia a discussão sobre a educação protestante no Brasil, principalmente no que se refere ao Estado de Minas Gerais. Permite discussão referente à ideologia protestante trazida pelos missionários norte-americanos e a eficácia dos seus símbolos, especialmente daqueles relacionados à educação escolar, para os seus objetivos de reformar a sociedade brasileira. Considerando o caráter dinâmico da produção científica, esta pesquisa poderá contribuir para a realização de outros trabalhos sobre o referido projeto educacional, tanto da Escola Agrícola e/ou dos outros segmentos do Instituto Evangélico aqui mencionados, mas que não foram objeto de análise específica.

Palavras-chave: história da educação; educação presbiteriana; sociologia da religião; americanismo; ciência; progresso; historiografia.

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Biografia do Autor

José Normando Gonçalves Meira, Universidade Estadual de Montes Claros

Licenciado em Pedagogia pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), mestre em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutor em História da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor de Pesquisa Aplicada à Educação e História da Educação. Departamentos de Métodos e Técnicas Educacionais e Educação no centro de Ciências Humanas da Universidade Estadual de Montes Claros-MG

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Publicado

17-07-2017

Como Citar

Meira, J. N. G. (2017). Ciência e prática: ensino agrícola na educação presbiteriana em Minas Gerais (1908-1936). Eventos Pedagógicos, 8(1), 319–320. https://doi.org/10.30681/reps.v8i1.9960