Cultura e emancipação através de T. W. Adorno: formação e arte
DOI:
https://doi.org/10.30681/reps.v8i1.9963Resumo
Este trabalho investiga algumas das articulações entre indivíduo e obra de arte através de quatro conceitos fundamentais encontrados na obra de T. W. Adorno: cultura, emancipação, formação e arte, abordados de forma constelacional. O método utilizado foi a análise de textos do próprio autor e de outros autores da Teoria Crítica (Horkheimer, Benjamim e Marcuse), assim como textos de autores clássicos do pensamento alemão (Kant, Schiller e Goethe), com quem Adorno dialoga frequentemente, e também textos de comentadores. A hipótese guia é a de que, apesar da tendência dominante de desaparecimento do sujeito e da arte autônomos, apontados por Adorno, sua própria teoria, ao fazer tal diagnóstico criticamente, resiste à essa tendência. Tanto a crítica ao modo hegemônico de formação do indivíduo em nossa sociedade quanto a crítica da arte seriam uma práxis transformadora no caminho de emancipação de ambos, indivíduo e arte. O trabalho é dividido em quatro partes, cada uma girando em torno de um conceito. A primeira parte gira em torno do conceito de cultura e sua tradicional oposição ora à natureza, ora à barbárie. A segunda parte centra-se no conceito de emancipação, principalmente em sua relação com o esclarecimento. A terceira parte centra-se no conceito de formação, principalmente a formação burguesa dos séculos XVIII e XIX (Bildung, em alemão) e sua forma degenerada nas sociedades capitalistas contemporâneas. E a última parte centra-se no conceito de arte, principalmente em sua relação com a mímesis e em sua função de historiografia inconsciente, proposta por Adorno na Teoria Estética. E a conclusão a que se chega a partir dessas investigações é que a crítica de Adorno tanto à formação hegemônica atual quanto à arte aponta para a perda da capacidade de experiência. Isto é, tanto o indivíduo deixa de ser capaz de experienciar o que vive e, portanto, não consegue se constituir de forma autônoma, nem transformar o mundo que o rodeia, quanto a arte deixa de registrar e de produzir experiências significativas nos indivíduos. Sendo assim, o resgate e a promoção da experiência aparecem como estratégia essencial de resistência e transformação.
Palavras-chave: formação do indivíduo; teoria crítica; emancipação; arte e educação.
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