Cultura e emancipação através de T. W. Adorno: formação e arte

Autores

  • Rafael Baioni do Nascimento Universidade Estadual de Montes Claros

DOI:

https://doi.org/10.30681/reps.v8i1.9963

Resumo

Este trabalho investiga algumas das articulações entre indivíduo e obra de arte através de quatro conceitos fundamentais encontrados na obra de T. W. Adorno: cultura, emancipação, formação e arte, abordados de forma constelacional. O método utilizado foi a análise de textos do próprio autor e de outros autores da Teoria Crítica (Horkheimer, Benjamim e Marcuse), assim como textos de autores clássicos do pensamento alemão (Kant, Schiller e Goethe), com quem Adorno dialoga frequentemente, e também textos de comentadores. A hipótese guia é a de que, apesar da tendência dominante de desaparecimento do sujeito e da arte autônomos, apontados por Adorno, sua própria teoria, ao fazer tal diagnóstico criticamente, resiste à essa tendência. Tanto a crítica ao modo hegemônico de formação do indivíduo em nossa sociedade quanto a crítica da arte seriam uma práxis transformadora no caminho de emancipação de ambos, indivíduo e arte. O trabalho é dividido em quatro partes, cada uma girando em torno de um conceito. A primeira parte gira em torno do conceito de cultura e sua tradicional oposição ora à natureza, ora à barbárie. A segunda parte centra-se no conceito de emancipação, principalmente em sua relação com o esclarecimento. A terceira parte centra-se no conceito de formação, principalmente a formação burguesa dos séculos XVIII e XIX (Bildung, em alemão) e sua forma degenerada nas sociedades capitalistas contemporâneas. E a última parte centra-se no conceito de arte, principalmente em sua relação com a mímesis e em sua função de historiografia inconsciente, proposta por Adorno na Teoria Estética.   E a conclusão a que se chega a partir dessas investigações é que a crítica de Adorno tanto à formação hegemônica atual quanto à arte aponta para a perda da capacidade de experiência. Isto é, tanto o indivíduo deixa de ser capaz de experienciar o que vive e, portanto, não consegue se constituir de forma autônoma, nem transformar o mundo que o rodeia, quanto a arte deixa de registrar e de produzir experiências significativas nos indivíduos. Sendo assim, o resgate e a promoção da experiência aparecem como estratégia essencial de resistência e transformação.

Palavras-chave: formação do indivíduo; teoria crítica; emancipação; arte e educação.

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Biografia do Autor

Rafael Baioni do Nascimento, Universidade Estadual de Montes Claros

Doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP, mestre pelo mesmo programa de pós-graduação, graduado como Bacharel em Psicologia e Psicólogo pelo Instituto de Psicologia da USP, especialista em Linguagens da Arte pelo Centro Mariantonia da USP, tem artigos publicados na área de preconceito e educação inclusiva. Atua principalmente nas áreas: psicologia da educação, teoria crítica, formação do indivíduo, arte e educação, preconceito. É professor de Psicologia do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)

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Publicado

17-07-2017

Como Citar

Nascimento, R. B. do. (2017). Cultura e emancipação através de T. W. Adorno: formação e arte. Eventos Pedagógicos, 8(1), 331–332. https://doi.org/10.30681/reps.v8i1.9963