Gênero e Diversidade na Escola (GDE): da elaboração da política pública às recontextualizações produzidas nas práticas de formação docente
DOI:
https://doi.org/10.30681/reps.v8i1.9974Resumo
Esta pesquisa analisou a implementação de uma política pública no campo da formação de professores/as para a diversidade, desde seu processo de elaboração até a sua realização junto aos educadores/as da educação básica. O objetivo geral foi analisar as recontextualizações realizadas pelos/as educadores/as participantes do curso Gênero e Diversidade na Escola: formação de professores/as em gênero, sexualidade, orientação sexual e relações étnico-raciais (GDE) da Rede de Educação para a Diversidade (Rede), promovido pelo Ministério da Educação, em parceria com instituições públicas de ensino superior. Teve como objetivos específicos analisar os conceitos e as tendências relativas a gênero, sexualidade, orientação sexual e étnico-raciais presentes no GDE; analisar as discussões travadas entre os/as participantes do GDE no período de realização do curso e identificar a ocorrência de mudanças, resistências, bem como de resultados imprevistos ocorridos na efetivação do GDE. O campo de pesquisa escolhido para a investigação foi a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Selecionou-se, dentre os oito municípios envolvidos no GDE/Unimontes, o município de Buritizeiro/MG. Pela própria natureza deste estudo, adotou-se a abordagem qualitativa com análise documental dos seguintes instrumentos: Perfil de Entrada, Perfil de Saída e Ambiente Virtual de Aprendizagem (Virtualmontes); bem como entrevistas com cinco professores/as formadores/as, quatro tutores/as, doze cursistas, além da Coordenadora de Tutoria. Partiu-se do pressuposto de que as políticas educacionais destinadas à formação de professores/as não são implementadas por meio de um processo linear, diretamente à prática, pois, tais políticas são fortemente influenciadas e recontextualizadas com base na cultura local das instituições, das pessoas envolvidas, nos recursos, nas histórias e nos compromissos locais. Verificou-se, no desenvolvimento desta pesquisa, que muitas características locais, tanto as ligadas à Unimontes e aos municípios participantes, como as ligadas aos atores sociais envolvidos no GDE, interferiram nas recontextualizações produzidas pelos/as participantes, provocando, entre a maioria dos/as cursistas, a solidificação de preconceitos já existentes. A não consideração da maneira como as diversas marcas identitárias são vivenciadas e percebidas nas diversas localidades provocou, em vários momentos, a desconsideração, por parte dos cursistas, das premissas contidas nas políticas empreendidas, dificultando a concretização dos objetivos pretendidos. No entanto, observou-se também, por parte de alguns/mas, o início da desconstrução de algumas “verdades” consolidadas, fato considerado essencial para a busca de uma educação multiculturalmente comprometida, e para a defesa da continuidade de ações de formação docente para a diversidade, como o curso GDE.
Palavras-chave: formação docente; multiculturalismo; recontextualização.
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