História, memória e vivências: a educação de jovens e adultos no norte de Minas Gerais 1940-1960
DOI:
https://doi.org/10.30681/reps.v8i1.9975Resumo
Este trabalho tem por objetivo reconstituir faces da história e memória dos saberes e práticas de sete professoras alfabetizadoras, analisando o contexto, o lugar, o espaço, suas dificuldades, problemas, resistências e, principalmente o significado do ofício de ser alfabetizadora de adultos no período de 1940 a 1960. Buscou-se delimitar, inicialmente, o período histórico, identificando, descrevendo e analisando os saberes e práticas mobilizadas pelas alfabetizadoras no processo ensino-aprendizagem dos adultos; assim como os modos nos quais essas alfabetizadoras utilizavam o método didático na condução da atividade de alfabetizar, tendo em vista a necessidade de aquisição do código alfabético e do desenvolvimento das habilidades de leitura e compreensão dos textos. Além disso, procurou-se compreender como as alfabetizadoras norte-mineiras procediam na alfabetização dos adultos, considerando as dificuldades daquela realidade para o saber sobre sua profissão e sobre o saber fazer profissional. O presente estudo está situado no campo da Educação de Jovens e Adultos, onde o foco foi a história oral temática, no Norte do Estado de Minas Gerais, Brasil. O período desta pesquisa nos remete a lembranças de inúmeras imposições de normas que eram e são insalubres para os alunos, inclusive aquelas que, justificam os inúmeros preconceitos, que de alguma forma prenunciaram a derrubada de algumas barreiras sociais, o que demonstrou que essas e tantas outras promessas aos adultos no período deste estudo foram estratégias para perpetuar o poder de um grupo. Os resultados da pesquisa apontam o modo como as trajetórias dessas educadoras foram construídas, marcadas pela coibição política e pedagógica em uma época em que o sertão do Norte de Minas Gerais era considerado uma região de “resistência habitual ao analfabetismo”, o mais “grosseiro e indisciplinado”, desamparado e excluído dos benefícios, ou porque não dizer, abandonado à própria sorte em relação a diversos aspectos e, principalmente em relação à EJA. Indícios que sinalizam quanto essa área se encontra marcada pela tentativa de superação das diferentes formas de discriminação e exclusão existentes em nossa sociedade. Assim sendo, a presente pesquisa conduziu à percepção de que as professoras alfabetizadoras pesquisadas não somente criaram alternativas de trabalho ou mesmo aprenderam com suas próprias experiências, mas, principalmente, se inscreveram em uma tradição, tentando resgatar os laços com a EJA, como tributárias, continuadoras e recriadoras de uma tradição.
Palavras-chave: história da educação; memória; história oral temática; saberes e práticas; educação de jovens e adultos no norte de Minas Gerais.
Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Eventos Pedagógicos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O conteúdo deste periódico está licenciado sob CC BY-SA 4.0 (Atribuição-Compartilha-Igual 4.0 Internacional)[1]. Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam o conteúdo em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador e que o conteúdo modificado seja licenciado sob termos idênticos. A licença permite o uso comercial.
[1] Para ver uma cópia desta licença, visite: https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt_BR.