Solidão e formação, solidão da formação: reflexões teóricas sobre a possibilidade desprezada pela Psicologia

Autores

  • Rafael Baioni do Nascimento Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)

DOI:

https://doi.org/10.30681/reps.v8i1.9976

Resumo

Este trabalho realiza uma crítica a visão hegemônica da Psicologia em relação à solidão, por meio de uma revisão de artigos científicos e de uma pesquisa teórica e bibliográfica. Constatou-se, com a revisão de artigos, que a solidão é considerada pela psicologia atual como um índice de inadaptação dos indivíduos solitários, frequentemente associada a isolamento social e sofrimento psíquico. A principal tese aqui defendida é a de que a associação simples entre solidão e sofrimento é ideológica, só podendo ser sustentada por uma ciência enrijecida que não leva em conta a história e não está aberta para o conhecimento produzido pela arte. Tendo como base a teoria crítica da sociedade, em especial o pensamento de T. W. Adorno e sua concepção de arte e racionalidade, foram analisados trabalhos de alguns autores da literatura e da filosofia dos séculos XVIII, XIX e XX, sobretudo aqueles considerados como precursores do romantismo, representantes deste ou grandemente influenciados por ele. Podendo-se destacar a análise de obras de autores estrangeiros como Jean-Jacques Rousseau e Johann Wolfgang von Goethe, e autores brasileiros como Álvares de Azevedo e Aluízio de Azevedo. Nesse percurso, procure-se mostrar como um tipo de solidão, presente na vida desses autores ou em suas obras, como tema ou forma, possui elementos críticos em relação à sociedade em que viviam e, em grande parte, ainda vivemos, assim como elementos utópicos importantes para aqueles interessados na superação desta sociedade baseada na exploração e no privilégio. Tal solidão é a solidão da formação (Bildung, em alemão), um desenvolvimento do individualismo burguês no qual confluem a independência subjetiva e uma sociabilidade mediada: independência subjetiva possível por meio da independência financeira do indivíduo ideal no capitalismo liberal e sociabilidade mediada presente na produção e recepção artísticas.

Palavras-chave: formação do indivíduo; solidão;teoria crítica; romantismo; intuição.

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Biografia do Autor

  • Rafael Baioni do Nascimento, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
    Doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP, mestre pelo mesmo programa de pós-graduação, graduado como Bacharel em Psicologia e Psicólogo pelo Instituto de Psicologia da USP, especialista em Linguagens da Arte pelo Centro Mariantonia da USP, tem artigos publicados na área de preconceito e educação inclusiva. Atua principalmente nas áreas: psicologia da educação, teoria crítica, formação do indivíduo, arte e educação, preconceito. É professor de Psicologia do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)

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Publicado

17-07-2017

Como Citar

Solidão e formação, solidão da formação: reflexões teóricas sobre a possibilidade desprezada pela Psicologia. (2017). Eventos Pedagógicos, 8(1), 329-330. https://doi.org/10.30681/reps.v8i1.9976