Clínica de uma vida: estilhaços de educação e[m] saúde
DOI:
https://doi.org/10.30681/reps.v7i3.9864Resumo
A presente pesquisa busca produzir um movimento rizomático de escoar e avessar as imagens do pensamento na educação e na saúde coletiva. O tema principal é a medicalização da vida. Entendida aqui como aquilo que [des]potencializa o viver, que captura as existências, as produções dos eus, diminuindo as vontades e as potências. Sendo, dessa forma, um dispositivo de captura. A essa paisagem principal, colore-se um outro tema, o das imagens do pensamento como um exercício do pensar. A metodologia de pesquisa deu-se de forma cartográfica, afectando-se e inserindo-se diretamente no processo de pesquisar. Utiliza-se o biografema como intercessor metodológico, como uma ferramenta de travessia que auxilia o processo de pensamento. As perguntas-guias que acompanharam essa escrita foram: Como se pensa e se problematiza a vida no contemporâneo? Como se percebe os discursos da medicalização da vida nos cotidianos de trabalho e formação? Quais são os pormenores que se pode cartografar através de oficinaulas? Nesse trabalho tentou-se operar com uma imagem do pensamento a partir do pensamento da imagem sobre medicalização da vida. Compondo-se de três escritas. A primeira, os rasgos de pensamento que sustentam o alimento desse trabalho - a medicalização, a Clínica de Uma Vida e as Oficinaulas; a segunda, a composição de um texto-literário onde conta-se a história do Sr. Warburg, personagem criado para dizer de um desejo de pesquisar as imagens de medicalização ao longo da última década; e a terceira escrita que é um entre, ao modo Deleuziano, onde tece-se uma aproximação com a noologia – o estudo das imagens do pensamento, traçando questões a cerca da imagem do pensamento em/na saúde coletiva. Desenvolveu-se como campo de pesquisa o projeto de Extensão “Por Uma Clínica de Uma Vida: Políticas de Cuidado na Educação e Saúde”, operando com quatro encontros agenciados pelas linguagens da arte, conceitualizando-se o termo Oficinaulas. Esta pesquisa inscreve-se na perspectiva teórica da Filosofia da Diferença, tendo como interlocutor, Gilles Deleuze. Os lampejos de Georges Didi-Hubermam ajudaram a atravessar à noite escura de nosso tempo. Apresenta-se a ideia força de Clínica de Uma Vida, como uma operação micropolítica, para movimentar os processos imanentes na saúde e na educação. Finaliza-se trazendo como processo de pensamento três instantes, que diz do "como se faz": o Instante Utópico como sustentação das pequenas luzes; Instante Quaisquer de produção de estilhaços e Instante Ludopedagógico como possibilidade de um devircriança. O que resulta dessa pesquisa são imagens pensamento que falam sobre os modos de cuidar e produzir saúde; de uma clínica [dos pormenores] de uma vida; das oficinaulas como um dispositivo de aprendizagem que se faz necessário para produzir lampejos escritos, por mais frágeis e fragmentados que sejam, sobre medicalização da vida. Pesquisar uma Clínica de Uma Vida para dizer de um lugar, onde a vida acontece na imanência, que é [por]menor, que diz de uma política de vida que lampeja pequenos pontos de luz nas noites escuras.
Palavras-chave: clínica de uma vida; imagens do pensamento; oficinaulas; medicalização; educação em saúde coletiva.
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Referências
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