Gestos de alunos com deficiência intelectual reveladores de escrita: um estudo na escola
DOI:
https://doi.org/10.30681/reps.v8i2.9986Resumo
Na interlocução com o outro, os movimentos gestuais podem complementar a fala, servem para dar pistas sobre como as pessoas estão pensando, esclarecer ou até mesmo, recuperar alguma informação ainda não encontrada na expressão oral. Por entender que os gestos e a escrita pedem interlocutores, sugerem olhares atentos e solicitam possíveis diálogos sobre a aprendizagem que se dá no interior da escola, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a função dos gestos como manifestação simbólica de alunos com deficiência intelectual na aprendizagem da língua escrita, a partir das interações que são estabelecidas em sala de aula e com isso ampliar a discussão sobre a apropriação da escrita por esses alunos na escola. Utilizou-se como estratégia metodológica o Estudo de Caso, de três jovens alunos com deficiência intelectual, matriculados em escolas comuns, uma pública municipal e outra particular, ambas, situadas na cidade de Salvador (BA). A observação participante das interações na sala de aula, a entrevista semiestruturada com os professores e a análise de documentos escolares como os cadernos, atividades e livros didáticos foram os procedimentos e técnicas adotados neste estudo. Buscou-se uma discussão sobre a relação entre o gesto corporal e a escrita desses alunos no espaço escolar, ancorada na concepção histórico-cultural do desenvolvimento humano e na perspectiva interacional da(s) linguagem(ens). Procurou-se responder à questão: qual é a função dos gestos de alunos com deficiência intelectual no processo de aprendizagem inicial da escrita a partir das interações estabelecidas na escola? A partir de uma análise microgenética dos eventos de aprendizagem, os achados encontrados apontam para um necessário olhar sobre as várias funções que os gestos podem revelar nas dinâmicas interativas da trama que envolve esses alunos: o estudante que escreve, o objeto (escrita) e seus interlocutores. Os gestos e a produção de escrita, em suas várias expressões, mais particulares em cada caso estudado, vista no percurso de desenvolvimento desses alunos, estabelecem elos entre cada sujeito e o mundo, consigo mesmo e seus interlocutores. Nas trocas que ocorrem na sala de aula, os seus leitores são imprescindíveis para a atribuição de sentidos a esses movimentos que esses alunos fazem diante do papel.
Palavras-chave: gestos; escrita; alunos com deficiência intelectual; escola.
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